terça-feira, 26 de junho de 2012

(Parenthèses) (2006)



Com quase 45 anos de carreira musical, Françoise se antecipa e, no ano de 2005, se coloca a produzir um novo álbum. Naquela década, ela realizou duetos com muitos cantores, motivo o qual foi o suficiente para a Virgin lhe sugerir a fazer um registro em CD unicamente com duos. No ano seguinte, surgiria (Parenthèses).

“Quando a casa de discos me propôs fazer um álbum assim eu não me anime. Depois eu refleti e pensei que essa seria a oportunidade de fazer dois ou três duetos com artistas com que as pessoas não esperavam. Então, não era possível negar a proposta", afirmou Françoise. A primeira intenção era ter, como convidado, Julio Iglesias, para regravar a música Partir quand même. Em 1988, um tanto insatisfeita com a orquestração da música, ela sonhava em poder readaptá-la. A outra ideia, era concretizar o desejo do amigo Alain Bashung em cantar com ela o clássico de Charles Trenet, Que reste-t-il de nos amours?.

Juntaram-se então as canções, algumas pouco conhecidas ou desconhecidas do grande público, mas que a cantora particularmente gosta bastante: My beautiful demon, de e com o cantor-compositor inglês Ben Christophers, e Modern style, do autor, compositor e diretor de cena franco-suíço Jean Bart. Nesta última, o ator Alain Delon aceita espontaneamente em ler um texto falado da canção.

O álbum ainda contem duas composições inéditas: La Rue du Babouin, cantada com Maurene, e Les sédiments, com Arthur H.. Há ainda um dueto inusitado, no qual Françoise canta sozinha: em La valse des regrets, uma versão letrada de uma sinfonia de Brahms, a cantora é acompanhada pela pianista Hélène Grimaud. Destacam-se no ábum, também, um novo dueto com Jacques Dutronc - em Amour toujours, tendresse, carresses -, uma versão inédita da parceria com Henri Salvador, Le fou de la reine - realizada em 2001, para o álbum Chambre avec vue do cantor -, e a reprise de Soleil, do álbum homônimo lançado por Françoise de 1970.  

(Parenthéses) foi certificado com disco de platina, em 26 de abril de 2007. Além disso, naquele ano, Françoise recebe uma condecoração importante: a Academia Francesa a concede a Grande Medalha da Canção Francesa, em homenagem a contribuição da cantora para com a obra artística da França. 


1. Que reste-t-il de nos amours? (Com Alain Bashung) (Charles Trenet - Léo Chauliac)
2. Modern style (Com Alain Delon) (Jean Bart)
3. Amour, toujours, tendresse, carresses... (Com Jacques Dutronc) (Jacques Lanzmann - Jacques Dutronc)
4. Partir quand même (Com Julio Iglesias) (Françoise Hardy - Jacques Dutronc)
5. My beautiful demon (Com Ben Christophers) (Ben Christophers)
6. Soleil (Sunshine) (Com Alain Souchon) (Tash Howard - Sandy Alpert)
7. Cet enfant que je t'avais fait (Com Rodolphe Burger) (Brigitte Fontaine - Jacques Higelin)
8. Le fou de la reine (Com Henri Salvador) (Françoise Hardy - Henri Salvador)
9. Les sédiments (Com Arthur H.) (Alain Lubrano)
10. La Rue du Babouin (Com Maurane) (Françoise Hardy - Michel Fugain)
11. La Valse des regrets (Com Helène Grimaud, no piano) (Louis Poterat - Johannes Brahms)
12. Des lendemains qui chantent (Com Benjamin Biolay) (Benjamin Biolay)

Tant de belles choses (2004)



Vigésimo quarto álbum de Françoise Hardy, Tant de belles choses foi lançado em 15 de novembro de 2004, na França. No disco, a cantora, com os cabelos assumidamente brancos, dá continuidade a escrita de letras de música e a composição de melodia com ajuda de alguns amigos, como Alain Lubrano. O álbum teve conhecimento na cena musical e representou o retorno de Françoise a países vizinhos, como Alemanha e Bélgica. A presença da cantora também é requisitada na Inglaterra e em Quebec, no Canadá.

Exceto por uma música escrita por Benjamin Biolay, À l’ombre de la lune, e dois títulos em inglês assinados por Perry Blake, Moments e So many things, todos os textos foram escritos por Françoise Hardy. Frutos do trabalho, a artista recebeu Disco de Ouro em 2004 e, em 5 de março de 2005, ganhou o troféu  Victoires de la musique 2005 na categoria intérprete feminina do ano.



1. Tant de belles choses (Françoise Hardy - Pascale Daniel, Alain Lubrano) 
2. À l'ombre de la lune (Benjamin Biolay)
3. Jardinier bénévole (Françoise Hardy - Alain Lubrano) 
4. Moments (Perry Blake - Marco Sabiu)
5. Soir de gala (Françoise Hardy - Thierry Stremler)
6. Sur quel volcan? (Françoise Hardy - Pascale Daniel)
7. So many things (Perry Blake - Marco Sabiu)
8. Grand hôtel (Françoise Hardy - Thierry Stremler)
9. La folie ordinaire (Françoise Hardy - Ben Christophers)
10. Un air de guitare (Françoise Hardy - Jacno)
11. Tard dans la nuit (Françoise Hardy - Pascale Daniel, Alain Lubrano) 
12. Côte jardin, côte cour (Françoise Hardy - Alain Lubrano) 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Clair obscur (2000)

Clair-obscur, primeiro álbum dos anos 2000 de Françoise Hardy, representa uma junção de releituras de clássicos, covers e músicas inéditas. Algumas canções, inclusive, foram cantadas em duetos. O nome do trabalho representa a faixa de número quatro do disco, que havia sido uma canção que Françoise compôs para o álbum do cantor Viktor Lazlo, em 1991.

O título Puisque vous partez em voyage, cantado com Jacques Dutronc, foi divulgado junto com um videoclipe realizado por Jean-Marie Périer, e foi o principal sucesso do disco. Para se reportar à versão original de 1935, cantada por Mireille Hartuch e Jean Sablon, os papeis se inverteram e o vocabulário antigo das partes faladas foi colocada mais ao gosto contemporâneo, pelo próprio casal Hardy-Dutronc.

Videoclipe para a nova versão de Puisque vous partez en voyage, feita pelo casal Hardy-Dutronc

Outros duetos também marcam a obra musical, como a regravação de I'll be seeing you, feita com Iggy Pop e lançada em 1998, e mais uma parceria com Étienne Daho, com So sad, ambas as músicas cantadas em inglês. O disco contém ainda canções inéditas, como La vérité des chosesLa saison des pluies e Duck's Blues, e Contre vents et marées, uma versão letrada de uma melodia feita por Eric Clapton. 

Uma curiosidade é que o álbum inclui uma nova versão da canção Tu ressembles à tous ceux qui ont eu du chagrin, composta por Françoise e pertencente à lista de músicas do disco Soleil, de 1970. Outra novidade no trabalho artístico é que o filho de Françoise, Thomas, também integra a produção do CD e acompanha a guitarra em algumas faixas. A partir desse álbum, o filho da cantora passaria a ajudá-la na produção de seus discos subsequentes.


Família Hardy-Dutronc unida pelo sangue e pelo amor à música

Clair-Obscur foi certificado também com o Disco de Ouro, em 28 de junho de 2000. Pelo trabalho, a cantora ainda foi candidata ao Victoires de la Chanson 2001, com o melhor álbum do ano. No entanto, antes disso, em 7 de dezembro de 2000, ela recebeu o Grand Prix da Canção Francesa – reservado a um compositor e um intérprete daquele ano– no 20º Grand Prix Sacem.

A partir desse disco, Françoise, a sua maneira, anuncia seu retorno ao mundo da música. Apesar dos trabalhos serem mais espaçados, eles demonstram o afinco na produção da cantora e a fazem estar sempre presente nas atualidades musicais. Em 2001, como de costume, findado o disco, a astrologia logo vem para substituir a música por algum tempo. Françoise se põe a escrever um artigo sobre astrologia. Les Rythmes Du Zodiaque  (Os rítmos do zodíaco) está nas livrarias desde o final de março de 2003. O livro encontra também algum sucesso nas vendas.


1. Puisque vous partez en voyage (Com Jacques Dutronc) (Jean Nohain - Mireille)
2. Tous mes souvenirs me tuent (Tears) (Françoise Hardy - Django Reinhardt, Stéphane Grappelli)
3. Celui que tu veux (Com OI.) (Olivier Ngog - Yonis Balmayer)
4. Clair-obscur (Françoise Hardy - Khalil Chahine)
5. Un homme est mort (Otro muerto) (Françoise Hardy - José-Maria Cano)
6. Duck's blues (Françoise Hardy - Alain Lubrano)
7. I'll be seeing you (Com Iggy Pop) (Sammy Fain - Irving Kahal)
8. Tu ressembles à tous ceux qui ont eu du chagrin (Françoise Hardy)
9. La pleine lune (Françoise Hardy - Alain Lubrano)
10. So sad (Com Étienne Daho) (Don Everly)
11. La saison de pluies (Françoise Hardy - Christophe Rose)
12. Contre vents et marées (Françoise Hardy - Eric Clapton)
13. La vérité des choses (Françoise Hardy - Alain Lubrano)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Le danger (1996)

Seis anos depois do álbum Décalages, declarado como o seu adeus ao mundo musical, Françoise Hardy assina um contrato com a casa de discos Virgin. Inspirada pelas participações especiais e contribuições que fez nesse meio tempo, ela solicitado ajuda dos amigos músicos Alain Lubrano, Jean-Noel Chaléat e Rodolphe Burger para a produção de melodias para seus escritos. Assim, ela dedica o ano de 1995 a produzir textos para novas canções


Le danger é o primeiro disco de Françoise lançado unicamente em CD. O título da sétima música álbum é escolhida por ela para dar nome ao trabalho. “Todas as faixas do álbum convergem, mais ou menos, para o  perigo que nos faz correr: o medo, o silencio, a reclusão, a ambiguidade, a falta de entendimento, a inércia, a manipulação, assim como o orgulho que instaura o uso da força que não se deve usar”, explica Françoise.

Duas faixas do disco são em dueto com Alain Lubrano: Les Madeleines, e a própria faixa-título, Le Danger. Destaque também para a canção Un peu d'eau, que foi feita em duas versões. A primeira, original, integra o álbum. Já a segunda foi produzida para o videoclipe da canção, gravada com o diretor Rocky Schenck. No todo, o disco traz a temática costumeira da cantora – o sofrimento e a dor de seus sentimentos. Apesar das críticas positivas da imprensa, o álbum tem pouca repercussão nas vendas.

Videoclipe para a canção Un peu d'eau

Apesar de Le danger ser o único álbum lançado por Françoise na década de 1990, a cantora fez muitas participações especiais nesta época. Ela fez composições para muitos artistas e, por fim, acabou registrando muitas delas. Françoise também fez participações especiais com outros cantores e bandas. Para conhecer mais dessas obras, acesse a postagem Françoise e os Anos 1990.


1. Mode d'emploi (Françoise Hardy – Alain Lubrano) 
 2. Les madeleines (Françoise Hardy – Alain Lubrano)
3. La beauté du diable (Françoise Hardy – Rodolphe Burger)
4.  L’obscur objet (Françoise Hardy – Alain Lubrano)
5. Un peu d’eau (Françoise Hardy – Jean-Noël Chaléat)
6. Zéro partout (Françoise Hardy – Jean-Noël Chaléat)
7.  Le danger (Françoise Hardy – Alain Lubrano)
8. Dix heures en été (Françoise Hardy – Rodolphe Burger)
9. Tout va bien (Françoise Hardy – Alain Lubrano)
10. Contre-jour (Françoise Hardy – Rodolphe Burger)
11. Ici ou là? (Françoise Hardy – Alain Lubrano)
12. À sa merci ((Françoise Hardy – Alain Lubrano)
13.  Regarde-toi (Françoise Hardy – Jean-Noël Chaléat)

Françoise e os anos 1990

Depois de lançar o álbum Décalages e trabalhar os singles frutos do disco, Françoise, teoricamente, se despede da cena musical. Mas, na prática, as coisas caminharam em outro sentido. Ainda que fora do foco das atenções, Françoise prosseguiu atuando de forma mais tímida na música. No fim dos anos 80 e começo dos 90, ela compôs canções para muitos artistas, fez participações especiais nos álbuns de cantores amigos e chegou até a participar de alguns espetáculos.

Em 1989, Françoise Hardy é convidada para participar do grupo de artistas que estrelariam o Festival de Jazz de Montreux, um dos festivais de música mais importantes do mundo, realizado na Suíça. Para a participação, Françoise repaginou três canções suas dos anos 60, dando arranjos oitentistas, que renovaram as canções. Foram elas Il voyage, Les petits garçons e Je ne suis là pour personne. Apesar de menos conhecidas, as canções, com versões diferenciadas, foram bem recebidas pelo público, especialmente a última das três.

Além do Festival de Montreux, Françoise também apresentou
 Je ne suis là pour personne em programas de TV

A participação de Françoise nas obras de outros artistas também foi bastante expressiva. Ainda em 89, ela compôs canções como En résumé... en conclusion, para Jean-Pièrre Mader, mas acabou cantando-a e lançando-a em um compacto, pouco tempo depois. Ela também compôs Mon ange para Julien Clerc e acabou entoando a canção em dueto com o artista. O mesmo aconteceu com Fais-moi une place, composta também para Julien Clerc, em 1990, e com Si ça fait mal, feita para Alain Lubrano em 1992. Esta última foi lançada tanto na versão cantada apenas por Françoise quanto em dueto. A cantora também aceitou participações especiais nas canções Revenge of the flowers, com Malcolm McLaren, em 1994, e To the end, com o grupo Blur, em 1995.


Vídeo dos bastidores da gravação da canção To the end, com Blur e Françoise Hardy

Foram muitas as composições que Françoise fez para outros artistas. Entre 1985 e 95, a artista fez contribuições de 23 composições. E ainda existem mais supresas nessa época. Uma coletânea japonesa com melhores sucessos de Françoise revelou uma música inédita, Profil. Uma coletânea organizada com melhores sucessos de Hardy dos anos 1960, outras duas canções nunca lançadas chegaram ao alcance do público: Tu es parti e Laisse le moiNesta postagem, vamos reunir boa parte das canções avulsas que Françoise gravou no fim dos anos 80 e durante dos anos 90, seja em parceria com outros cantores ou sozinha, e gravações antigas que não compõe álbuns de carreira. E, aproveitando a postagem, reuniremos também músicas antigas que permaneceram inéditas até as mencionadas décadas.


Entre alguns covers, Françoise cantou duas canções de Johnny Halliday, como Douce violence

Com a música ainda intensa em sua vida, Françoise Hardy acaba se rendendo aos pedidos dos amigos e colegas para lançar um novo trabalho fonográfico. Os insistentes pedidos acabam se tornando realidade em 1996, quando a cantora lança o álbum Le danger.


• Mon ange (Com Julien Clerc) (Canção composta pro artista. Dueto entoado em 1987)
• En résumé... en conclusion (Canção composta para Jean-Pièrre Mader, em 1989)
• Je ne suis là pour personne (Versão Festival de Montreux, 1989)
• Il voyage (Versão Festival de Montreux, 1989)
• Les petits garçons (Versão Festival de Montreux, 1989)
• Fais-moi une place (Canção composta para Julien Clerc, em 1990)
• Profil (Canção inédita lançada em CD no Japão, em 1992)
• Si ça fait mal (Canção composta para Alain Lubrano - 1992)
• Si ça fait mal (Com Alain Lubrano) (Canção composta para Alain Lubrano - 1992)
• Revenge of the flowers (Com Malcolm McLaren) (Participação especial, em 1994)
• To the end (Com Blur) (Participação especial, em 1995)
• Solitude des latitudes (Contribuição para CD coletivo, em 1996)
• I'll be seeing you (Com Iggy Pop) (Participação especial, em 1997)
• Jeanne (Com Air) (Participação especial, em 1998)
• Quelqu'un qui m'ressemble (Com Sylvie Vartan e Étienne Daho) (Participação especial, em 1998)


Raridades diversas 
• Les bras en croix (Cover ao vivo de Johnny Halliday - 1962)
• Tu es parti (Canção inédita lançada em coletânea - 1963)
• Quand un bateau passe (Cover de Claude François - 1965)
• Laisse le moi (Canção inédita lançada em coletânea - 1966)
• Douce violence (Cover ao vivo de Johnny Halliday - 1966)
• Vous (Cover ao vivo de Henri Salvador - 1967)

terça-feira, 19 de junho de 2012

Décalages (1988)



Em 2 de maio de 1988, chegou às lojas da França o vigésimo primeiro álbum da carreira de Françoise Hardy. Décalages representou o último trabalho feito com a Flarenasch Discos, uma vez que o contrato findara naquele ano. O disco foi anunciado como o álbum de despedida da cantora, que afirmou, à época, que não mais lançaria trabalhos fonográficos e encerraria ali sua carreira musical.

"O que mais me interessa na atividade discográfica é a composição de letras. Eu acho que o momento agora veio para consagrar aquilo que me agrada e deixar para trás as operações referentes à produção de um disco. Eu não sei bem como fazê-lo, não é próprio do meu caráter. O trabalho de um músico é paradoxal, que necessita de qualidades completamente opostas. É preciso ser introvertido e extrovertido, por vezes. Eu não digo que não levo isso a mal, mas apenas não é algo de que gosto", alegou Françoise.

Todas as músicas do disco foram escritas por Hardy e a grande maioria foi musicada por Jean-Noel Chaléat. A faixa Partir quand même, divulgada por um vídeo clipe, foi o principal sucesso do disco. Inicialmente, a canção foi destinada a Jacques Dutronc: Seu companheiro, preso a uma melodia que tinha acabado de compor , que integraria o disco que preparava, perguntou se a canção a interessava e se ela podia escrever a letra. Uma vez gravada, a orquestração não ficou boa e a canção não entrou no disco. Foi por causa disso que, na preparação de seu álbum, Françoise Hardy resolve tentar resgatar a música. A canção acabou dando o tom da partida de Françoise, que até então, deixaria em definitivo o mundo da música.

 
Françoise Hardy interpreta Partir quand même em programa de TV

A faixa-título de Décalages é uma versão da música Waiting for the right time, de Barclay James Harvest, gravada em 1983, a qual Françoise traduziu para o francês. Além disso, a música Laisse-moi rêver é de composição do cantor Étienne Daho. O disco original tinha apenas 10 faixas, mas, com a produção do álbum em CD, duas canções de EPs da época fora adicionadas: Avec toute ma sympathie e La vrai vie c’est où?O álbum foi certificado com um Disco de Ouro pelo Sindicato Nacional de Edição Fonográfica.


Enquanto isso, a atividade de Françoise na astrologia está a todo vapor: ela coassina algumas obras, colabora com revistas especializadas sobre o tema e tem, durante cinco anos, uma passagem cotidiana na estação de rádio RFM.

1. La sieste (Françoise Hardy - Jean-Noël Chaléat)
2. Une miss s'immisce (Françoise Hardy - Jean-Noël Chaléat)
3. Laisse-moi rêver (Françoise Hardy - Étienne Daho)
4. Vibrations (Françoise Hardy - R. Conning)
5. Décalages (Waiting for the right time) (Françoise Hardy - Les Holroyd)
6. Partir quand même (Françoise Hardy - Jacques Dutronc)
7. Dilettante (Françoise Hardy - Jean-Noël Chaléat)
8. Dire tout (Françoise Hardy - Jean-Pièrre Mader, P. Doublé)
9. Arrêtons (Françoise Hardy - Tobo)
10. Je suis de trop ici (Françoise Hardy - Jean-Noël Chaléat)
11. Avec toute ma sympathie (Françoise Hardy - Jean-Noël Chaléat)
12. La vrai vie c'est où? (Françoise Hardy - William Sheller)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Quelqu'un qui s'en va (1982)

Na primavera de 1982, Françoise Hardy, que completava 20 anos de carreira, apresentava também o seu vigésimo álbum. Quelqu'un qui s'en va, nomeado com a segunda faixa do disco, é a última parceria realizada entre Hardy e Gabriel Yared. Novamente - assim como em À Suivre..., a artista usa o título do disco para fazer menção a um fato relacionado à elaboração do álbum - neste caso, o fim das parcerias musicais.

Na questão estilística do álbum, muito pouco mudou dos seus anteriores. O espírito funky e soul continuam presentes atraindo um público mais jovem e dando à cantora um estilo mais próximo à moda musical da época, bastante influenciada pelo rock oitentista. No álbum, 3 das 10 faixas foram compostas por Françoise, e duas delas tiveram participação dela na composição das letras. 

Os principais sucessos foram a canção Tabou - composta por Hardy - e Tirez pas sur l'ambulance, obtendo grande sucesso nas rádios. Esta última música, inclusive, foi a primeira música de Françoise a ganhar um videoclipe oficial. Até então, suas canções era representadas por material audiovisual unicamente por gravações de programas de TV. O disco foi muito bem recebido pelo público e pela crítica, e chegou a ganhar o Prêmio Diamante da Canção Francesa de interpretação feminina daquele ano, sendo atestado por toda a mídia.

Videoclipe para Tirez pas sur l'ambulance


Assumindo um visual mais amadurecido, Françoise resolve dar uma repaginada no visual. A última vez que o havia feito foi entre 1970 e 71, quando deu um corte diferenciado no até então longo cabelo que tinha. Em 1982, ela resolve, pela primeira vez, cortar o cabelo realmente curto, apesar de manter o visual com franja. Esse corte continua sendo mantido por ela até a atualidade, embora, nos anos 90, a artista também tenha clareado as madeixas para um tom loiro escuro - possivelmente em uma tentativa de esconder os primeiros fios brancos. No início dos anos 2000, ela assume completamente os cabelos brancos.

Após oito anos trabalhando com a astrologia, Françoise entra em contato pela primeira vez com a grafologia - ciência que estuda o comportamento humano e a psicologia através da escrita - e se interessa bastante pela área. Depois de algum tempo apenas observando, ela decide fundir seus estudos de astrologia com o mencionado tema. Ela tem o apoio de Anne-Marie Simond, estreando logo em seguida um novo programa de rádio, intitulado Entre les lignes, entre les signes (Entre as linhas, entre os signos). Depois de alguns anos, o programa ganharia corpo e se materializaria em um livro.

Os dois anos finais de parceria entre Françoise e Yared culminaria em um nova era na carreira musical de Françoise, que ficou conhecida como os anos Flarenasch, em referência à casa de discos que produziu ass canções da artista. Durante toda a década de 1980, ela fez músicas embaladas com instrumentação típica daquela décadas, o que a levou a deixar os estilos soul, funky e jazz, que permearam seus álbuns entre 1977 e 82 em prol do popularismo do rock oitentista, que perduraria até os anos 1990.

Depois de Quelqu'un qui s'en va, Françoise fica bastante tempo se dedicando aos trabalhos astrológicos e lança apenas dois compactos nos anos seguintes. As canções Moi vouloir toi e V.I.P., foram grandes sucessos de Hardy nos anos 80. Em 1985, Étienne Daho, um jovem cantor fã de Françoise, a convida em um programa de TV para entoarem um duo da música Et si je m'en vais avant toi em uma nova roupagem, claro, oitentista. Após um longo hiato sem discos, um novo disco só foi gravado em 1988.

Françoise Hardy interpreta V.I.P. na televisão francesa, em 1986



1. Tirez pas sur l'ambulance (Carole Coudray - Gabriel Yared)
2. Quelqu'un qui s'en va (Carole Coudray - Gabriel Yared)
3. Un, deux, trois chat (Carole Coudray, Françoise Hardy - Gabriel Yared)
4. Retour de nuit (Carole Coudray, Françoise Hardy - Gabriel Yared)
5. L'auréole néon (Françoise Hardy - Michel Fugain)
6. Mazurka (Carole Coudray - Gabriel Yared)
7. Tabou (Françoise Hardy - Michel Fugain)
8. C'est bien moi (Alain Souchon)
9. Ces petits riens (Serge Gainsbourg)
10. En scope et en stéréo (Françoise Hardy - Daniel Perreau)


 
• Moi vouloir toi (Françoise Hardy - Louis Chedid)
• Casse pas toute ma maison (Françoise Hardy - Louis Chedid) (B-side do EP Moi vouloir toi, de 1983)
• Et si je m'en vais avant toi (Com Étienne Daho) (Françoise Hardy) (Retirado de um especial de TV de 1985)
• V.I.P. (Françoise Hardy - Jean-Noël Chaléat)
• Jamais synchrones (Françoise Hardy - Jean-Noël Chaléat) (B-side do EP V.I.P., de 1986)

À Suivre ... (1981)



O disco À Suivre ... , nomeado pela última canção do LP, como o próprio título já sugere, representa a continuação do trabalho artístico feito por Françoise Hardy em parceria com o produtor Gabriel Yared. A dupla continua investindo nas produções modernas, influenciadas por jazz, soul e funky. O álbum ao mesmo tempo que se mostra uma continuação de um trabalho, também representa que ele terá um seguimento em um próximo disco, que sairía no ano seguinte.

Diferentemente de Musique Saoule e de Gin Tonic, este disco já apresenta certa mudança na questão da composição. Françoise é a responsável por 7 das 12 faixas. Duas delas – Tamalou e Voyou voyou  – , juntamente com Villégiature, obtiveram bom sucesso nas rádios da época. O disco ainda possui um cover da canção Rêve de Starlett, gravado por Valérie Mairesse, em 1980. Parece que, com o tempo, Françoise foi se adaptando ao novo estilo e até mesmo aparecia dançando nos videoclipes de  canções mais animadas.




Françoise canta Villégiature, um dos grandes sucessos do disco ... À Suivre

Outro grande sucesso da época foi a canção Tamalou, composta pela própria Françoise

Feliz no campo profissional - com atuações de êxito no mundo da música e da astrologia -, Françoise também teve mais outro motivo para comemorar em 1981. Naquele ano, após nove anos morando junto com o companheiro Jacques Dutronc, eles decidem oficializar a relação e se casam em Monticello, na Ilha de Córsega. 


1. Ça va comme ça (Françoise Hardy - Pièrre Groscolas)
2. Voyou voyou (Françoise Hardy - Louis Chedid)
3. Ça m'suffit (Michel Bernholc)
4. Sentimentale (Jean-Claude Vannier)
5. Plus personne (Françoise Hardy - Daniel Perreau)
6. Rêve de Starlett (Valérie Mairesse - Gabriel Yared)
7. L'amour c'est trop fort (Jean-Claude Vannier)
8. Villégiature (Étienne Roda-Gil - Jean-Pièrre Bourtayre)
9. Vert ouvert (Françoise Hardy - Gabriel Yared)
10. Coupure de courant (Françoise Hardy - Pièrre Groscolas)
11. Tamalou (Françoise Hardy - Pièrre Groscolas)
12. À suivre... (Françoise Hardy)

Gin Tonic (1980)


Depois do sucesso de J'écoute de la musique saoule, Françoise Hardy continua influenciada pela onda do jazz e do funky, que se sobressaem frente ao seu típico estilo intimista e tranquilo. Ainda sobre produção de Gabriel Yared, o álbum Gin Tonic é lançado em 1980 e tem um aspecto diferente do habitual da cantora. Novamente, ela só escreve apenas uma canção do disco, que é a faixa homônima do disco.

Françoise parece estar disposta a seguir no novo estilo, apesar dos conflitos de identidade musical. A prova disso é que uma das fortes faixas do disco, Jazzy Retro Satanas, é a mais detestada pela cantora, de todo o disco. No entanto, para ela, era preciso abdicar de certas vontades pela realização maior do trabalho. Como ela própria já citou em uma entrevista, em 1982: "Eu sempre fui o que sempre fui. Amo as canções lentas, com violões ao fundo. Amo muito apenas as canções tristes."


Françoise interpreta Jazzy retro satanas em um programa de TV, em 1980



Álbum também traz canções no estilo de Françoise, como Que tu m'enterres

Ao mesmo tempo que dava vazão a sua criatividade musical, Françoise também colocava em prática seus conhecimentos na astrologia. Desde 1974, ela vinha trabalhando com Jean-Pièrre Nicola em uma revista especializada no assunto. Depois de seis anos, os trabalhos culminam em uma proposta do diretor da Rádio Monte Carlo, que confia a dupla um programa radiofônico naquela mesma estação. 


1. Jazzy retro satanas (Bernard Ilous - Gabriel Yared)
2. Branche cassée (Jean-Claude Vannier)
3. Âme s'trame drame (Alain Goldstein)
4. Si c'est vraiment vraiment vrai (Michel Jonasz)
5. Bosse bossez bossa (Michel Jonasz - Gabriel Yared)
6. Gin tonic (Françoise Hardy - Gabriel Yared)
7. Juke box (Michel Jonasz - Gabriel Yared)
8. Seule comme une pomme (Alain Goldstein)
9. Chanson ouverte (Alain Goldstein- Gabriel Yared)
10. Minuit minuit (Michel Jonasz - Gabriel Yared)
11. Que tu m'enterres (Michel Jonasz - Gabriel Yared)